Lula vence em cidades com menor qualidade de vida, enquanto Bolsonaro lidera em municípios mais ricos; a 433 dias das eleições, desafios para 2026 se desenham
Resultados das eleições de 2022 refletem divisão socioeconômica na região metropolitana de São Paulo e apontam para uma disputa polarizada nas eleições presidenciais de 2026.

Faltando exatamente 434 dias para as eleições presidenciais de 4 de outubro de 2026, o cenário político nacional começa a ganhar contornos mais definidos. Nesta segunda metade de 2025, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já estabeleceu o calendário oficial do pleito, marcando o primeiro turno para 4 de outubro de 2026, com eventual segundo turno previsto para 25 de outubro.
De acordo com o cronograma do TSE, a partir de 6 de julho de 2026, os pré-candidatos poderão iniciar a divulgação de suas pré-candidaturas em redes sociais e participar de entrevistas, desde que sem realizar pedidos explícitos de votos. Este período será estratégico para a construção da imagem e o posicionamento político dos aspirantes à presidência.
As eleições de 2022 mostraram um padrão nítido na divisão do voto na região metropolitana de São Paulo, influenciado por indicadores socioeconômicos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou a maioria dos votos em municípios que enfrentam maiores desafios sociais, como Francisco Morato (59,75%), Franco da Rocha (54,44%) e Cajamar (50,89%), regiões com índices inferiores de desenvolvimento humano e infraestrutura limitada.
Em contraste, Jair Bolsonaro (PL) teve melhor desempenho em cidades mais desenvolvidas, como Barueri (53,23%) e Santana de Parnaíba (56,48%), que possuem melhores indicadores econômicos e sociais, refletindo um eleitorado com demandas centradas em estabilidade econômica e segurança pública.
O atual governo enfrenta o desafio de mostrar resultados efetivos nas áreas mais vulneráveis para manter o apoio conquistado em 2022. Políticas públicas eficazes em emprego, saúde e infraestrutura serão decisivas para consolidar a base eleitoral nas regiões menos desenvolvidas.
Por sua vez, a oposição poderá capitalizar seu desempenho nas cidades economicamente mais favorecidas, ampliando a discussão em temas como crescimento econômico, segurança e controle da inflação.
A divisão do voto reflete uma polarização que transcende o campo ideológico e está profundamente ligada a desigualdades regionais e socioeconômicas. A tendência é que as estratégias eleitorais em 2026 continuem a dialogar com essas realidades distintas, buscando ampliar as bases de apoio.