Justiça determina desocupação de área em Cajamar ocupada desde 2019

Decisão judicial dá prazo de 60 dias para saída das famílias; movimento organiza ato em defesa do direito à moradia

Setembro 18, 2025 - 11:55
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Justiça determina desocupação de área em Cajamar ocupada desde 2019
Ocupação dos Queixadas no distrito do Polvilho em Cajamar. Foto: Reprodução

O juiz da 1ª Vara Judicial da Comarca de Cajamar determinou que as famílias que ocupam um terreno na cidade desde junho de 2019 deixem o local no prazo de até 60 dias. A área é conhecida como Ocupação dos Queixadas, onde, segundo os moradores, vivem atualmente cerca de 100 famílias.

Não é a primeira vez que a Justiça decide pela reintegração de posse. No entanto, a medida não foi executada anteriormente devido à pandemia de Covid-19 e a recursos apresentados pelos advogados do movimento. Caso a ordem não seja cumprida dentro do prazo, a decisão prevê a possibilidade de uso de força policial para a retirada dos ocupantes.

Moradores alegam abandono da área

Os integrantes da ocupação afirmam que, embora a área tenha documentação em nome da proprietária, o terreno estaria “abandonado há décadas”. A versão, porém, não altera o entendimento judicial sobre a posse do imóvel.

Ato em solidariedade

Nesta quinta-feira (18), movimentos de luta por moradia organizam uma manifestação no local para denunciar o risco de remoção das famílias. Vanessa Mendonça, moradora da ocupação e militante do movimento Luta Popular, afirma que existem alternativas para a regularização fundiária, mas a prefeitura não estaria disposta a dialogar.

“Queremos só ter o direito a um teto, simples assim. Por isso que hoje vamos fazer essa convocação para todo mundo ir na ocupação, para fazermos uma discussão de quais serão os próximos passos da luta para que consigamos arrancar o nosso direito, nem que seja na marra”, declarou.

Para os moradores, o ato é também uma forma de articulação coletiva para tentar impedir o despejo e pressionar o poder público por soluções habitacionais.