Caso Vitória: Polícia realiza reconstituição do crime brutal em Cajamar nesta quinta-feira (24)

Reconstituição busca esclarecer detalhes do assassinato de Vitória Regina, de 17 anos, encontrado dias após seu desaparecimento em Cajamar. Principal suspeito segue preso, mas não participará da simulação.

Abril 23, 2025 - 14:19
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Caso Vitória: Polícia realiza reconstituição do crime brutal em Cajamar nesta quinta-feira (24)
A adolescente Vitória Regina, de 17 anos, foi encontrada morta no dia 5 de março, uma semana após desaparecer em Cajamar .

Caso Vitória: Polícia realiza reconstituição do crime brutal em Cajamar nesta quinta-feira (24)

A Polícia Civil de São Paulo realiza nesta quinta-feira (24), em Cajamar, a reconstituição do assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. A jovem desapareceu em 27 de fevereiro e teve seu corpo encontrado em uma área de mata no dia 5 de março. O principal suspeito do crime, Maicol Santos, de 27 anos, não participará da simulação, conforme informou sua defesa.

A reconstituição, tecnicamente chamada de reprodução simulada dos fatos, será conduzida por peritos da Superintendência da Polícia Técnico-Científica e pode contar com o uso de drone e scanner 3D — os mesmos recursos já utilizados na elaboração dos laudos periciais anteriores. A ação visa esclarecer detalhes sobre o trajeto, a abordagem da vítima e a dinâmica do crime.

Segundo as investigações, Vitória desapareceu após sair do shopping onde trabalhava, por volta da meia-noite. Ela teria sido abordada pelo criminoso ao descer de um ônibus, a caminho de casa. Dias depois, seu corpo foi localizado em meio à vegetação, sem roupas e com múltiplos ferimentos.

Investigação e prisão do suspeito

Maicol Santos, morador do mesmo bairro que a vítima, foi preso em 8 de março, acusado de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Em depoimento à polícia, ele confessou o crime, alegando que teria mantido um relacionamento anterior com Vitória e estaria sendo chantageado por ela. A confissão foi gravada em vídeo na delegacia.

Contudo, os advogados do suspeito alegam que houve coação por parte de agentes durante o interrogatório e que Maicol não contava com assistência jurídica no momento da confissão. Um áudio posteriormente divulgado pela defesa mostra o acusado afirmando que foi ameaçado para assumir a autoria do crime. A defesa avalia pedir à Justiça a anulação do depoimento com base nesse material.

Mesmo com a ausência de Maicol na reconstituição, a polícia seguirá com a simulação baseada nos elementos já reunidos — incluindo relatos de testemunhas, imagens de câmeras de segurança e os próprios laudos do Instituto Médico Legal (IML), que identificaram sangue da vítima no carro e na casa do suspeito.

Crime premeditado e linha de investigação

As autoridades trabalham com a hipótese de que Maicol teria premeditado o crime, agindo como um stalker, com comportamento obsessivo em relação à adolescente. Até o momento, ele é o único suspeito formalmente identificado, mas a investigação permanece em andamento, e não se descarta a possibilidade de envolvimento de outras pessoas.

A prisão de Maicol é temporária. A Polícia Civil pretende solicitar a conversão para prisão preventiva, a fim de manter o acusado detido enquanto aguarda julgamento.


A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo acompanha o caso, que segue sendo tratado como prioridade pelas forças de investigação.